Agora afastas as cortinas e espreitas-me.
E eu faço de conta que nem te vejo, apesar de, provavelmente, disfarçar mal.
Também se olhasse, seria para te dizer um 'olá' e continuaria como se nada fosse.

Sabes, já cresci, já deixei de ser tão parva, já deixei de ser aquela menina apaixonada que fui por ti. Continuo, sim apaixonada. Por todas as coisas menos por ti.
Já deixei de ser ingénua há tanto tempo.
Na altura chorei meu querido. Chorei no mesmo ombro onde me ri quando o nosso primeiro beijo aconteceu. Pena, mas as desilusões são mesmo assim.

Deixei tudo por ti, menos aquilo que amava mais do que a ti. O resto, pus de lado, porque para mim a única hipótese era ficarmos juntos.
Tu amavas-me, dizias-me coisas bonitas, olhavas-me nos olhos davas-me aqueles beijos. E eu sem nunca perceber tanta falsidade.

Quiseste-me mais do que podias. Agora, se queres, continua a afastar as cortinas para espreitar. Continua a meter conversa, que não me importo.

À parte, devo-te muito: ensinaste-me que devo lutar pelo meu maior sonho. É essa a razão de eu ver as cortinas afastarem-se. Tu vais lá magoar-te ao veres o meu sonho andar p'ra frente.
E mais, ensinaste-me que havia alguresum coração magoado que continuava à minha espera.

Meu querido, só uma coisa: não me tentes. O meu lado fácil já passou à muito.

* Alguém se encaixará neste texto. É apenas uma mensagem. Não de revolta, aliás é até mais de agradecimento.
Beijos =)